segunda-feira, 13 de abril de 2009

Jerusalém (P)


mais e mais tenho a impressão de estar andando nas ruas de Jerusalém... cada vez que saio do apartamento da Carlos Gomes e já me deparo com uma infinidade de vendedores ambulantes, pastores de alguma igreja desconhecida a bradar em alto-falantes os fundamentos do novo testamento, das barraquinhas sobe um cherio de incesos e defumadores e deus e/ou JC é a palavra mais lida, em lojas, farmácias, camisetas, no carrinho do cafézinho, em panfletos, em chaparias de carros, no ônibus, no taxi - só mesmo assim ele(s) está/ão omnipresentes. não posso parar de pensar neste fenômeno: deus ou sejá lá qual seja o nome, como o provedor de tudo, da sorte, da má-sorte; da abundância e da carência; vida e morte. a Bahia como Jerusalém, é uma cidade que vive do folclore da crença e mesmo em meio ao século 21 de tantos avanços técnológicos, muito que ainda se vive quase que na idade média. estou há vinte anos fora deste contexto baiano, não participei do processo para se chegar aonde se está agora, mas sinto a cidade crescendo em muy diversas, variadas e antagônicas direções, meio mesmo que como se deus realmente existisse e a espichasse para os mais variados lados e para as mais variadas épocas. impossível querer se entender a Bahia, a Bahia não há de se deixar entender, será que é mesmo porque deus não deixa?



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